sábado, 1 de junho de 2013

"Dona Auzila"


Sábado, primeiro de junho de 2013. Acordei pela manhã, fiz meu café, com bolo e pãozinho de minuto, feito pela mamãe. Enquanto comia, lia a edição 1379, da Placar. Na capa, Luiz Felipe Scolari, e mais duas revistas especiais: Abril na Copa e Guia da Copa das Confederações. Uma revista no clima das competições que tomarão conta do país. E este "clima", me fez correr lágrimas dos olhos.

Neste dia, de primeiro do mês seis, há cinco anos, alguém lá do céu, veio buscar: Dona Auzila. E o que o aniversário da morte de minha avó tem com o clima de uma competição e com o futebol? Que raios uma senhora tem a ver com essa lembrança? E tem muito de vovó nisso tudo e tem muito da minha influência com o esporte, que além do meu pai e meu avô, esta velha senhorinha ao invés de passar os dias fazendo os afazeres da casa assistindo somente aqueles programas de dona de casa, passava horas assistindo aos programas esportivos.

(arquivo pessoal)
Sim. Ela era palmeirense. Me recordo de 12/06/1993, a sala da casa da vó cheia, a maioria com o manto verde. Eu usava uma camisa, que alguém me deu, era enorme e nas mãos, aquelas bandeirinhas de plástico. Fomos campeões, após 17 anos de fila, com uma quatro a zero, diante do: Corinthians. O primeiro titulo que vi, deste time que toma conta da minha e que por ele sigo falando de futebol, praticamente 24 horas por dia.

É a minha primeira lembrança "futebolistica" da minha vida. E assim seguiam todas as outras finais de campeonatos de qualquer competição. Todos se reuniam na sala da dona Auzila e a vovó ali, sempre. E a última, com a presença dela, em 4 de maio de 2008, também fomos campeões. Não tinhamos mais o mesmo brilho de Palmeiras, mas foi o último titulo que ela viu, a última vez que gritou: É campeão! Pouco tempo depois, ela foi internada, mas mesmo em seu leito, ainda falava de futebol, até seu último dia de vida.
Viviane, eu (sentada) e Mari (Arquivo pessoal)

E há cinco anos, eu perdia a melhor vó do mundo. Pode ser clichê, mas pra quem teve sua presença em 23 anos de vida e metade de tudo o que seu foi por incentivo dela, que me apoiava, desde quando Viviane, Mariana e eu iamos para a cozinha fazer besteiras para comer, até quando ela lia minhas cartas e se orgulhava todas as manhãs ao me ver saindo para trabalhar. 

Papai do Céu resolveu levá-la para cuidar de mim e de todos nós, lá de cima. Sua missão foi cumprida. E ficamos aqui para seguir seus ensinamentos, nos reunirmos nos jogos, no dias das mães, dos pais, nos natais, é para isto que continuamos aqui. E é por isto que sigo meu caminho, pois sei que ela me guia...







E como diz Maria Gadú, em "Dona Cila":
"De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu

Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé"



Vovó teve uma familia enorme. seus filhos: Vera, Celia, Zé, Sonia, Paizinho, Nena, Salete e Ricardo. Netos: Viviane, Camila (eu), Mariana, Carol, Joyce, Gabriel, Ana Luiza, Ludmila, Pedro, Thainá, Leticia, João Victor, Samuel, Ana Beatriz. Luis Felipe e Rafael (que não a conheceram). Bisnetos: Milena e Gabriela. Marcos Vinicius, Isabella e Isabel (que também não a conheceram). E seus sobrinhos, noras, genros, amigos e sua irmã "tia" Jacira, que sentem sua falta...

Saudades, "Dona Auzila"!  

Bodas de Ouro: Familia reunida. (Arquivo pessoal)



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