Recordo-me
de uma época em que eu cheguei a pular o muro de um campinho para simplesmente
assistir a uma partida de futebol. Assistia daqueles jogos de times de rua, os
amistosos e até mesmo os campeonatos. Acordava cedo, em pleno domingo, em plena
São Vicente. Era jogo de várzea e ali os jogos mais divertidos que eu
acompanhava.
Parei com
isso e comecei a frequentar estádios: Vila
Belmiro, Canindé e Palestra Itália. Ai, era futebol profissional, também uma
grande paixão. Parei de ir ao Urbano Caldeira, nunca mais frequentei o Osvaldo
Teixeira Duarte, não sei ainda o porquê, mas o Parque Antártica, pelo amor ao
Palmeiras, continuou fazendo parte de mim.
Passaram-se
os anos e eis que a várzea voltou a fazer parte da minha vida, mas agora no
ofício de jornalista. Comecei com um
documentário e nele conheci histórias que só a várzea conta e despertou
novamente meu anseio pelo futebol que quase ninguém vê.
O
profissional é sim, uma paixão, algo que faz parte de mim. Mas, a várzea pelo
que é, pelas histórias, o torna algo mais especial e hoje o amador mostrou o
real motivo que me levou a ele. Mesmo com muita chuva, o VI Encontro dos Amigos
da Várzea reuniu os apaixonados por este
esporte varzeano.
De olhos
atentos no gramado e no público, vi o espírito de união que envolve estas
pessoas, que, não se importando com o time que jogam ou que torcem, mesmo não
jogando e não torcendo, estavam lá, com o intuito de fazer do futebol, o motivo
de alegria daqueles que tem o jogo gramado das quatro linhas uma paixão.
E é isso
o que a várzea tem: futebol.
( IV Encontro de Amigos da Várzea - CDC Anhanguera - Imagem de arquivo pessoal) |
Revisado por Marcos Teixeira
Bonito texto, Camila, escrito na efervescência que o momento proporcionou. parabéns
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